quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O COMEÇO DA LENDA... - PARTE I



"A inocência foi violada em um momento inesperado.
E o que restou? O perigoso medo do desconhecido..."

Sinceramente, acho que a coisa mais idiota que pode acontecer, é alguém ser cretino o suficiente para supor que sabe de tudo e que bem... nenhuma verdade pode ser abalada. Como eu aprendi isso!? Ah, essa é fácil... tendo sido cretino também! Mas claro que naquela época eu era uma criança, então, ora bolas, tudo se torna um pouco menos patético do que se fosse algo que houvesse acontecido ontem ou hoje, por exemplo.



Do que estou falando? Certo, não dei muitos indícios ainda, então, tentarei ser mais objetivo e menos dúbio! Estou me referindo às criaturas da noite... sabe aquelas lendas bonitinhas que faziam até sua medula arrepiar quando você era pequeno? Pois bem, aquelas historinhas de terror que seu irmão mais velho contava para te assustar antes de você ir dormir, e que te faziam fugir de filmes do gênero, como o Diabo costuma fugir da Cruz (Algo que até hoje não sei se é verdade ou apenas um ditado popular, mas enfim.), não são meras lendas. Não mesmo, eles realmente existem. Todos eles, ou pelo menos, boa parte deles. Claro que não são como nos mitos, nas lendas, não, para ser honesto, eles são piores, bem piores. Piores, porque afinal, são reais.



Descobrir que existiam não é a pior parte, e sim, que tudo aquilo que eu temia e odiava depois que descobri a existência destes seres, é justamente uma parte de quem eu sou, ou melhor, do que eu sou. Mas esta parte fica mais para frente... Vamos começar pelo começo, talvez assim eu seja compreendido...



Imagine uma cena clássica, dessas que até certo ponto são para lá de entediantes...


“Em um apartamento típico de classe média alta do Rio de Janeiro, em 11 de novembro de 1989...


Um garotinho está sentado em uma cadeira, pronto para jantar, enquanto sua bela mãe prepara o resto da comida na cozinha, e seu pai lê calmamente o jornal... De repente o velho pai com sua voz grave, forte, e até certo ponto rústica, pergunta à esposa em alto e bom tom:




- Juanita, cadê o jantar mulher!?




O garotinho gosta daquela voz, ele acha que é uma voz que impressiona, e brincando com a colher de prata que segura na mão e para a qual fica olhando distraidamente, repete:




- Juanita, cadê o jantar mulher!?




A mãe responde:




- Tenha calma João, eu já estou chegando. Me deixe terminar de colocar o bife na travessa!




Até aí nada demais, certo!? Errado. Muito errado. O velho pai baixa o jornal, arqueia uma sobrancelha seriamente e achando que está um pouco surdo ou louco, encara o garotinho e pergunta:




- Sam, o que você falou garoto?




Olhando para o pai, e sem entender direito a expressão deste, ele repete a pergunta:




- Juanita, cadê o jantar mulher!?




A mãe reclama novamente, que os homens são iguais, impacientes e intolerantes. Possivelmente não teria nada de errado nesta cena, com exceção de uma única coisa. O pai solta o jornal na mesa, levanta-se fazendo em nome do pai e encarando o filho com olhos esbugalhados, brada:




- Este garoto está endemoniado! Como conseguiu repetir meu tom de voz? Ele tem apenas cinco anos!




O garoto alheio à realidade repete no mesmo tom do pai:




- Este garoto está endemoniado! Como conseguiu repetir meu tom de voz? Ele tem apenas cinco anos!"

Continua...

6 comentários:

  1. Bem interessante a história.
    Em relação ao livro "Prisioneiro da Eternidade - A Redenção", me add no orkut ou msn, assim fica mais fácil da gente se comunicar.
    Os contatos estão no meu blog.
    Um abraço.

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  2. curti mesmo ;) interessante a historia

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  3. Foi com muito agrado que li a mensagem que deixaste na "Filosofia".Só não contava é que tivesse sido escrita por um rapaz de 22 anos.
    Vim até aqui para agradecer e fiquei surpreendido com o que li.Raramente encontramos alguem que nos entenda e que por sua vez tambem tem alguma coisa interessante para nos ensinar.

    Um grande abraço do

    Lobo

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  4. Olá, vim retribuir sua visita e fiquei surpreso, pois gostei muito do pequeno conto, além da introdução que vc deu com o texto não conrdei quando você disse que novos medos de infância existem e são piores do que nos contam em histórias de terror, talvez eu mude de opinião um dia, mais no momento não concordo. show cara, abraços e boa semana.

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  5. Cara... na verdade me referi ao próprio conto... se trata de ficção envolvendo criaturas sobrenaturais... - hehehehe.
    Valeu a visita.
    Abraços.
    Dean.

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  6. Resolvi te seguir, assim. Segui. Posso? Se não podia, já o fiz! =] Belo texto Dean.

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